Pular para o conteúdo principal

Postagens

Retrospectiva 2010 - 2014

 Belém, 15 de outubro de 2010. “A todos os membros da EEP, É provável que muitos já saibam das articulações de alunos da graduação para que se estruture uma Liga Acadêmica de AEC na UFPA. Um dos principais motivos é a provável redução na quantidade de disciplinas voltadas para essa abordagem, com a instalação do novo Projeto Político Pedagógico, já no ano que vem. Para além disso, um espaço onde alunos de graduação pudessem difundir esse tipo de conhecimento, articulados com alunos da pós e com projetos de pesquisa me parece, no mínimo, uma proposta pertinente e viável. Contudo, questões legais, organização, estruturação e manutenção são alguns dos fatores básicos que precisam ser bem definidos para que esse projeto avance e se estabeleça. Nesse contexto, a ajuda de pessoas mais experientes e mais bem informadas, acerca de trâmites específicos e legais, contribuiria consideravelmente para esse avanço. Essa atuação conjunto me parece o pré-requisito fundamental para o desenvolviment
Postagens recentes

Qual é a importância do ambiente no estabelecimento do comportamento?

Foi a interação com vários ambientes anteriores que dispuseram as contingências selecionadoras da aprendizagem e cognição, do comportamento social e da comunicação, dos sistemas de corte, de nidificação, de parentalidade e território, de caça navegação e migração além de outros padrões comportamentais incontáveis (Ver Alcock, 2005; Breed & Moore, 2012). Uma ciência do comportamento de base evolucionista necessariamente deve se valer de áreas de concentração que visem compreender tanto os aspectos filogenéticos e ontogenéticos quanto os culturais envolvidos no controle ambiental sobre o comportamento (Skinner, 1981). A Genética Comportamental, a Biologia Evolutiva e do Desenvolvimento (Evo-Devo) e a Paleontologia são algumas das disciplinas capazes de gerar conhecimento sobre as contingências seletivas que estiveram em vigor em um ambiente anterior e dos tipos de controle incondicionado aos quais os organismos estão predispostos ainda ao nascer ou em virtude de algum momento

A sociedade determina o comportamento ou modela o comportamento?

De acordo com Baum (2006), o comportamento, enquanto objeto de estudo da ciência do comportamento, pode ser previsto e controlado desde que se tenha o conhecimento dos dados necessários para tal e dos meios adequados para a realização das devidas manipulações ambientais. Assim sendo, aspectos relacionados à história de vida de um organismo seriam, nesta perspectiva, os responsáveis por determinar a emissão dos comportamentos. O termo “determinismo”, entretanto, não  é usualmente utilizado pelos analistas do comportamento para explicar a instalação de operantes, mas sim remete a um modelo explicativo, a um referencial epistemológico, no meio científico. Dessa forma, fiquemos com a compreensão de que a presença de certo estímulo em um determinado contexto pode aumentar ou diminuir a probabilidade de emissão de um dado comportamento pelo indivíduo. O procedimento gradual de aprendizagem operante através do qual determinada resposta antes não existente no repertório comportamental de

Por que o comportamento é selecionado por suas consequências?

Para começar, é preciso compreender exatamente o que se quer saber com a pergunta: “Por que o comportamento é selecionado por suas consequências?”. Para isto é preciso que revisemos as definições de seleção, comportamento e consequência da forma como abordadas pela análise do Comportamento (AC). Ainda que de maneira tardia, Skinner (1981) preocupou-se em identificar sua proposta de estudo dos fenômenos psicológicos com uma perspectiva evolucionista. O modelo de causalidade probabilística e histórica pressuposta em sua definição de comportamento operante aproximava-se da noção de seleção natural proposta por Darwin. Tal qual Darwin, Skinner opôs-se a ideia de teleologia como agente explicativo. Ambos trataram seus objetos de estudo – respectivamente a especiação e o comportamento dos organismos – a partir do princípio de que a natureza funciona sem um propósito pré-estabelecido e que, portanto, nenhum organismo pode nascer totalmente preparado para responder a todas as variações poss

O que é contingência?

Contingência é uma unidade de análise do comportamento. Ela descreve uma relação funcional em suas partes ambientais (os estímulos) e organísmicas (as respostas). Existem pelo menos duas formas elementares de se representar uma contingência dependendo do tipo de relação comportamental que podemos tratar. O primeiro tipo é a contingência respondente que considera a relação entre dois termos: um estímulo antecedente eliciador (que pode ser incondicionado ou condicionado) e uma resposta eliciada. O paradigma respondente é herdeiro dos trabalhos de Ivan P. Pavlov, fisiólogo russo que construiu sua obra entre o fim do século XIX e o início do século XX, e John B. Watson (1913), psicólogo norte-americano que se apropriou dos fundamentos metodológicos do trabalho de Pavlov para lançar a primeira proposta de psicologia comportamental em seu ensaio Psychology as the behaviorist views it. A continuidade das pesquisas experimentais behavioristas deu base para que B. F. Skinner, 1904-199

Qual a diferença entre punição negativa e extinção?

Esta dúvida é comum e, felizmente, de simples explicação. Na punição negativa, a eliminação de um estímulo reforçador ocorre contingente à emissão da resposta. Na extinção operante, não há reforçamento programado para uma classe de respostas, modo que quando emitidas, essas respostas não produzem nenhum estímulo consequente. Não há relação de contingência neste caso e Catania (1999) corrobora esta afirmação. Conceba este exemplo banal: alguém assiste TV. Outro morador da casa exige utilizar a mesma TV. Após uma rápida briga, o primeiro ofende o segundo, que apanha o controle remoto e saí correndo. Desprovido do equipamento, o indivíduo poderá continuar assistindo TV, mas estará desprovido de um reforçador: comodidade para passar os canais, que foi eliminada contingente à sua resposta de ofender o outro. Nessa mesma situação, as pilhas do controle poderiam parar de funcionar, de modo que o equipamento ficaria temporariamente inutilizado e a comodidade, suspensa. Mas tal suspensão f

Poderia explicar o "determinismo", no ponto de vista: Um menino que nasce com lobos, tende a agir como lobo?

Em sua obra “Ciência e Comportamento Humano”, Skinner (1953/2003) disserta a respeito da ciência comportamental que, por trabalhar com a previsão e o controle, mostra-se amparada na suposição de que todo comportamento humano seria determinado. De acordo com Baum (2006), aspectos ambientais e hereditários determinariam a emissão dos comportamentos, uma vez que este estaria sujeito aos três níveis de seleção, a saber: filogenético (caracteres da espécie transmitidos hereditariamente), ontogenético (caracteres da história de vida do indivíduo) e cultural (caracteres derivados das práticas culturais de determinada população. Entretanto, ainda na linha de raciocínio do Behaviorismo Radical, tal determinação do comportamento não seria absoluta, uma vez que este é um objeto de estudo complexo, e a sua emissão envolve relações funcionais das mais diversas, com múltiplas variáveis exercendo algum controle, sendo acrescentada à palavra “determinismo” o termo “probabilístico” para expres